Sobre Padrões e Repetições

“E então você faz de novo, pois acredita ser o caminho para a salvação. Então você faz de novo, me diga, do que você está fugindo? Então você faz de novo, pois precisa alimentar a sensação. Então você faz de novo, quer consertar o que fez antes.”

                                                    - Jessica Sutta

Jessica Sutta, ex Pussycat Dolls. Para ouvir a música da qual eu tirei a citação clique aqui.

O fim de semestre está uma loucura (como de costume) e as obrigações universitárias tem me impedido de por minhas ideias em ordem e escrever toda a enorme quantidade de textos que eu tenho elaborado mentalmente. Bem, eu sou rebelde e peguei algum tempo mesmo assim para escrever isso. Espero que seja uma leitura proveitosa. Abraços.

                      

Padrões

Eu acredito que nós carregamos o hábito de julgar as pessoas por nós mesmos. Acabamos por deitar em cima dos outros nossas capacidades, temores e desejos. Se eu for capaz de algo com certeza julgarei que outros também o sejam. Costumo brincar com um amigo meu quando ele professa sua crença em alguns indivíduos dizendo: “Eu não acredito que ele faria isso, não de proposito pelo menos.” Ao que eu prontamente respondo: “Falta cinismo em você, meu querido”. E a verdade é que eu acho isso lindo! Eu tenho sido cínico e maldoso desde o colegial. Se você voltar no tempo é mais fácil recuperar minha virgindade perdida do que a minha boa fé nas pessoas.

O lance é que existem padrões e em algum ponto (se você não for um completo babaca) a exposição te faz aprender a lê-los e a lidar com eles. Saber quando se repetem, como agir ou reagir a eles e, se você for bem esperto, como quebra-los. As vezes você precisa conhecer bem alguém para decifrar os padrões dessa pessoa, em outros casos fica meio óbvio. Eu por exemplo tenho um padrão com amizades, quando me fascino com alguém novo e começo uma amizade eu sou o tipo que gruda. É que eu simplesmente adoro coisas novas e uma pessoa nova é um sistema inteiro à se aprender e infinitas histórias para se ouvir e daí no começo eu sempre passo o máximo de tempo com a pessoa tentando “aprende-la” e a seus padrões. Depois disso pode-se seguir dois caminhos: a minha completa perda de interesse ao ver que a pessoa era bem rasinha e não tem muito mais o que procurar (costuma acontecer com pessoas as quais eu me aproximo apenas pela aparência... Que foi? Eu gosto de coisas bonitas e assumo isso! Me processe). O outro caminho é quando a amizade se consolida e a pessoa passa a me considerar um amigo também. Se eu alcanço tal status aí eu deixo de grudar pois me sinto seguro de que terei tempo para “aprender” essa pessoa, uns bons anos talvez.

"Não tem certeza se é mesmo gay ou é só um Bromance". História da minha vida.

Esse é só um dos meus padrões, obviamente que não revelarei outros senão quando meu estrelato inevitável ou plano de dominação mundial (o que vier primeiro) acontecerem isso poderá ser usado contra mim, e ninguém quer isso, certo? ¬¬ Mas tem mais um monte de padrões em mim, você já parou para pensar sobre os seus? O único jeito de quebra-los é conhece-los e isso pode melhorar muito a sua vida e a de todo mundo que tem de te suportar diariamente. No meu caso eu tento não ser tãããããão invasivo e inconveniente com os meus novos amigos agora que sei desse hábito. Tem funcionado e também tem impedido meus amigos antigos de quererem cortar minha língua por não parar de falar do amigo novato.

Além de analisar as próprias condutas de repetição e aprender com os resultados delas, outra possibilidade magnifica é a de usar os padrões alheios para melhores resultados em suas empreitadas. Pode soar maquiavélico mas conhecimento é poder e se você tem ele é melhor usar ou outros passarão na sua frente e farão isso sem escrúpulo nenhum. Não estou incentivando ninguém a virar a –A de Pretty Little Liars, na verdade eu sou a favor de usar tudo o que você tem mas sem ferir ninguém no caminho (na medida do possível e para o bem geral. As vezes não tem como evitar ou somos pegos pela ignorância), só que algumas pessoas se recusam a fazer coisas inteligentes para si pois pensam que isso seria tirar vantagem de seu conhecimento... Cara, falta cinismo em você, e isso pode ser muito fofo mas no mundo real ser fofo só funciona até os 10 anos de idade. Daí pra frente segue adiante quem sabe usar a cabeça, e as outras partes do corpo ocasionalmente e de acordo com a situação.

"Se "A" sabe, eu acho que "B" e "C" e todo mundo sabe também".
As vezes todo mundo enxerga suas manias de repetição menos você...

Se você conhece os vícios e padrões de um indivíduo não tem nada de errado em tirar proveito disso. Burro é ele que não faz terapia e não se livra desses pontos fracos. Tá, nem sempre é assim, as vezes é um amigo que precisa de ajuda, ok vai lá. Se te fizer sentir melhor ajude as pessoas a sua volta a perceber o que elas tem repetido, quem sabe elas não ficam agradecidas por você fazê-las economizar a grana do psicólogo?... Pensando bem, faz isso não, eu me formo em dois anos e adoraria que meu emprego pagasse as contas e tal. Mas, brincadeiras a parte, as vezes alguém esperar e acreditar que você vai quebrar seu padrão de atitude é o primeiro passo para que você realmente o faça.  Na verdade isso é o que me faz enxergar tanta fofura na atitude repleta de boa fé e confiança de meu amigo citado lá no começo do post. Dar essa chance e acreditar de verdade em alguém é algo muito bonito e pode fazer toda a diferença no mundo
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Gabrielle é perita em dar chances de as pessoas mudarem... Inclusive à vilãs esquizofrênicas, cultistas, ouvidoras de vozes e de sexualidade questionável.

É o velho episódio que todo seriado tem, no qual o mocinho acolhe um inimigo e esse tocado pelas boas atitudes do primeiro mudas suas ações e se torna uma pessoa melhor desistindo de trai-lo no fim do episódio. Arco-íris e algodão doce, né? Só que geralmente o vilão regenerado morre no final. Eu nunca disse que eu era legal. O blog se chama Obscuridade e Clareza por que (entre outros motivos) eu sempre vejo a dualidade das coisas. Outro fim para o episódio supracitado é o mesmo do conto da rã (ou sapo, ou tartaruga) e o escorpião, onde o vilão se mantem fiel ao que ele acredita ser sua natureza e mantém o padrão mesmo que isso o leve a destruição. Eu espero que se você estiver lendo isso seja mais inteligente do que um rato de laboratório e também aprenda com os choques que leva para não chegar ao ponto de morrer por não conseguir mudar suas atitudes.

Tudo o que eu disse sobre padrões traz embutido um ponto: repetição. Em atos e resultados. Daí você tem uma atitude repetida que sempre te traz coisas boas até que ela falha e tudo dá errado.  “COMO ASSIM!?” você me pergunta. Bem, sabe quando te disseram que o mundo é feito de escolhas? É bem isso mesmo, só que se você acha que é só das SUAS escolhas, sorry, mas você tá se saindo mais egocêntrico do que nosso gênio, bilionário, playboy, filantropo, Tony Stark.



 Outras pessoas tomam atitudes e fazem escolhas também e isso vai interferir nos SEUS resultados. Não, não parece justo mas a terra é uma bagunça e como dizia o Rappa “Por aqui não tem jeito, todo mundo se encosta”. Não seja derrubado por você mesmo e pelos seus hábitos. Aprenda a lidar com os dos outros e antecipar como eles podem interferir com seus planos. Se você for um supervilão ignore tudo o que eu disse. E agora comenta lá embaixo que deu um trabalhão escrever isso em época de fim de semestre, :P mas fazer o que, escrever o que sinto antes do que devo é outro dos meus padrões.

-Miguel