"Já encheu" ou "Já me entediou". O Mote da Vamp Willow em Buffy - A Caça Vampiros. |
Eu posso ter de milhares de coisas para fazer mas no segundo
em que eu paro e vejo que tudo que fiz nos últimos dias foi ser sugado por
obrigações acadêmicas... É meio deprimente. Estou implorando pelas minhas
férias e por um pouco de prazer. Por escolhas e atos que me tirem do automático
diário. Quero um dia que alimente meu espírito.
Insatisfação
As vezes eu penso que vivo em um
constante estado de aborrecimento. Eu estou sempre me preocupando: comigo
mesmo, com certa frequência com os outros, ou sobre o que fazer, o que não
fazer, como fazer e por que fazer. A verdade é que a insatisfação é uma
constante, assim como o desejo. Realizar algum desejo e sanar momentaneamente
essa insatisfação parece ser a única coisa ao alcance de ser feita.
Lugares, discursos, pessoas, nada dura
por tempo o bastante para me afastar satisfatoriamente do tédio. Nada que se
faça conhecer substitui o novo. Tudo é consumido e mais é necessário. E se não
me alimento do mundo, me alimento de mim mesmo, me consumo, me bebo, entro em
combustão só para ver chamas, só para sentir calor. Eu tenho um buraco. Um
vazio ao qual nada parece se encaixar. Alguns dizem que todos tem e que isso é
inerente a humanidade, porém em cada momento de saciedade eu espero encontrar
algo que dure mais do que dias, horas, minutos. Algo para o qual eu possa me
voltar quando a busca me cansar e eu me sentir fraco. Uma fonte. Eu espero que
seja diferente.
É claro que esse momento é tão frívolo
quanto todos os outros e, em questão de horas, eu provavelmente pararei de me
queixar e estarei dizendo a mim mesmo quão boa, divertida e cheia de surpresas
é minha vida. Um detalhe sobre mim? O depois me importa pouco, penso nele com
alguma frequência mas eu só consigo sentir o agora e a sombra do passado, eu
nunca senti prazer por antecipação, só medo e ansiedade. E se for para falar
sobre o agora a verdade é que nesse segundo as pessoas me parecem tediosas, os
lugares parecem sempre os mesmos e os acontecimentos parecem únicos pois todas
as repetições se juntaram para ocupar menos espaço, caso contrário seria uma
grande sucessão de cenas iguais.
Quando eu estiver com meus amigos a
sensação vai passar. Quando meu salário chegar a sensação vai passar. Quando
uma leitura me cativar novamente a sensação vai passar. Quando eu encontrar o
amor a sensação vai passar. A maldita alegria condicional se faz imperativa
sobre minha alma que depende de realizações para encontrar paz. Não a paz
verdadeira das filosofias orientais, que se encontra no parar de desejar, mas a
paz que vem de não desejar pois já se têm. Aquele silêncio na cabeça quando
algo foi concluído. Mas as respostas e o que desejo de mim mesmo não foi
alcançado. E eu sei que as satisfações externas são apenas substitutos para
algo que só se alcança quando se chega aos termos certos consigo próprio.
Talvez paz seja saber quem se é e o que se quer de si, mais do que realmente
ter o que se quer do mundo e dos outros.
I am not the fucking
Buda...
Ainda. Até lá, a busca continua.
Seu post me lembrou uma música da bjork: http://youtu.be/rCtzQ6KbWWY
ResponderExcluirNa música ela é uma Deusa entendiada, que não é uma fucking buddhist, mas que encontra a iluminação na vontade de salvar a humanidade (na verdade a música faz uma alusão velada ao sexo.... e que ele sim eh a iluminação.... mas isso fica nas linhas pequenas, ahuhuaiuah)
Eh difícil sobreviver ao tédio, e mais difícil ainda encontrar uma paz final. É por isso que temos que ir vivendo aos pouquinhos. Esse momento vai passar. E logo vc estará nos braços de seus amigos. E não só vc, como todos eles ficarão muito felizes.
Mas uma vez seu texto tocou meu coração... Parece que você tem a capacidade de ler a minha mente e transformar em palavras o que eu sinto. Acho que estamos realmente conectados porque compartilhamos os mesmos sentimentos muitas vezes. Espero um dia encontrar a paz, descobrindo quem eu sou e o que quero de mim mesma, pois realmente creio que esse seja o caminho.
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